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O brilho matemático interestelar de Katarine Klitzke

Luiza Barata

Mais de 80 anos separam as trajetórias da cientista norte-americana Katherine Johnson e da brasileira Katarine Emanuela Klitzke, de Timbó, Santa Catarina. Mas além do primeiro nome bastante parecido, há outro ponto em comum entre as duas. A matemática nas estrelas trouxe a elas inspiração e brilho em importantes conquistas científicas. Em julho deste ano, Katarine, de 19 anos, foi premiada pela Nasa durante o RASC-AL (Revolutionary Aerospace Systems Concepts), competição que desafia participantes a desenvolver novos conceitos de sistemas aeroespaciais. 

Algumas das soluções encontradas por ela e outros seis participantes que formaram o grupo campeão serão usadas na viagem do homem à Lua em 2024 e também na missão de Marte, na década de 2030. Não fosse a pandemia, Katarine estaria hoje nos Estados Unidos, onde vive desde o ano passado para cursar a graduação no Instituto de Tecnologia da Geórgia. Em março, os planos da jovem mudaram e ela retornou à casa dos pais, onde vai passar o próximo semestre cursando as aulas on-line de Engenharia da Computação, Astrofísica e Inteligência Artificial. 

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“Tem sido uma experiência muito interessante porque, ao voltar para Timbó, voltei a estudar no mesmo quarto onde me preparava para o colégio e para as competições científicas que fazia na infância. Mas, ao mesmo tempo, é tudo muito diferente porque hoje já carrego outra bagagem”, compara. 

Para participar do desafio da Nasa, o planejamento começou no início ano. Junto a amigos do clube de astronomia que conheceu na universidade, Katarine precisou montar um projeto de pesquisa e análise para criar o design de equipamentos aeroespaciais. Por fim, o grupo teve que comprovar cientificamente que as criações eram válidas. “Foi um trabalho muito árduo, mas muito incrível. Desde meus quatro anos as pessoas me perguntavam o que eu seria quando crescer ou onde eu chegaria, e minha resposta sempre se manteve firme e forte: ‘Eu vou para a NASA!’”, celebra. 

Na infância, a estudante começou a seguir os passos dos pais e irmãos, que carregam a tradição familiar de serem escoteiros. Foi quando se apaixonou pelas estrelas e pela observação do céu. “Um pouco mais tarde, ainda no colégio, um professor levou um telescópio e aquilo me encantou completamente.” 

Com a participação na Olimpíada Brasileira de Matemáticas das Escolas Públicas (OBMEP), a carreira científica começou a ganhar contornos mais definidos. “Foi ali que tudo deslanchou. A OBMEP foi realmente o portal de tudo na minha vida. Estudava na Escola Municipal Padre Martinho Stein e competi do 6º ao 9º ano. Na ordem, fui da menção honrosa, passando pelo bronze e prata, e cheguei ao ouro.”  

Depois de participar de outras olimpíadas de matemática, física, química e astronomia, Katarine foi convidada para estudar em um colégio particular de Fortaleza. A ideia inicial era prestar vestibular para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mas, ao participar do processo seletivo do Projeto Líderes Estudar, da Fundação Estudar, decolou para os Estados Unidos, onde cursa a faculdade. 

Para o futuro, a jovem planeja trabalhar no desenvolvimento de sondas e telescópios espaciais para entender como as estrelas e as galáxias funcionam. “Eu vim ajudar a humanidade a compreender melhor o universo. O conhecimento que temos hoje ainda é muito pequeno, então, imagina quantas coisas há por aí que não sabemos e que fazem parte da nossa história”, dispara. 

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