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Folha: “Na literatura, matemática é arma de sedução”

O escritor Dostoiévski pelo pintor russo Vasily Perov / Reprodução

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Escrevi aqui na semana passada que as referências à matemática em obras literárias são bem mais frequentes do que se imagina. Vejamos mais alguns exemplos.

O francês Georges Perec (1936–1982) é um dos expoentes do grupo de pesquisa literária OuLiPo (abreviatura de Oficina de Literatura Potencial, em francês), formado por escritores e matemáticos que propõem libertar a escrita, de modo aparentemente contraditório, sujeitando-a a diferentes tipos de restrições.

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Em 1978, Perec foi distinguido com o prêmio Médicis por “A Vida Modo de Usar“, em que descreve com minúcia vertiginosa um edifício parisiense e seu conteúdo. Entre outras originalidades, a narrativa se move de um cômodo para outro conforme o movimento do cavalo no tabuleiro de xadrez: um passo numa direção, dois na direção ortogonal. O estudo matemático do movimento do cavalo foi iniciado no Ocidente por ninguém menos do que Leonhard Euler, mas remonta ao século 9° na Índia.

Ao final do romance de mistério “O Homem Magro“, publicado em 1934 pelo norte-americano Dashiel Hammet (1894–1961), o detetive Nick Charles e sua esposa, Nora, discutem a diferença entre a teoria e a prática na investigação policial. “Quando os assassinatos são cometidos por matemáticos, você pode resolvê-los usando matemática”, afirma Nick, acrescentando: “mas na maioria dos casos, não são, e este que acabamos de resolver certamente não foi”.

A matemática é útil também na arte da sedução. Pelo menos é o que dá a entender o romancista russo Fiódor Dostoiévski (1821–1881) em sua obra-prima “Crime e Castigo”.

No livro, Dmitry Razumihin conversa com o doutor Zossimóv sobre uma dama em que ambos estão interessados. “Ela não quer saber se sou eu ou você, desde que alguém sente do lado dela e suspire. Veja, você é bom em matemática e está trabalhando no tema atualmente. Comece por ensinar-lhe cálculo integral! Pela minha alma, não estou brincando, dará no mesmo para ela. Ela olhará para você deslumbrada e suspirará durante um ano.”

Thomasina Coverly, a protagonista da peça “Arcádia”, publicada em 1993 pelo dramaturgo inglês Tom Stoppard (1937), é uma adolescente precoce, com conhecimento e ideias sobre matemática e outras ciências muito além da sua idade.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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