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Folha: Escritas antigas revelam o dia a dia da humanidade

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Escavações arqueológicas na Mesopotâmia trouxeram à luz centenas de milhares de textos em escrita cuneiforme. Muitos são de interesse apenas para especialistas: registros de impostos, listas de mercadorias, correspondência diplomática etc. Mas muitos outros tratam do dia a dia das pessoas comuns: fascinantes, eles nos revelam a humanidade na alvorada da história, com anseios e preocupações surpreendentemente atuais.

Entre os textos escavados na Suméria (sul do Iraque atual), onde a escrita foi inventada, estão o primeiro relato de delinquência juvenil, a primeira canção de amor, a primeira versão escrita do dilúvio universal, a primeira receita de cerveja, as primeiras fábulas com animais, o primeiro uso da palavra “humanidade” (namlulu, em sumério). O meu favorito, que deve ter sido um “best-seller” na Suméria, pois foram encontradas mais de 20 cópias, fala da vida de um estudante por volta de 2.500 a.C..

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O sistema educacional era privado, acessível apenas a quem podia pagar. Cada escola era dirigida por um professor com o auxílio de um assistente, que caligrafava textos para os alunos copiarem. Também havia profissionais especializados: o “encarregado de desenho”, o “encarregado de sumério”, e até o “encarregado de chicote”!

O currículo era centrado na leitura e na escrita, mas também incluía línguas estrangeiras e matemática, claro. Inicialmente, o objetivo era apenas profissional: formar escribas para a administração do templo e do palácio. Mas ao longo do tempo essas escolas evoluíram para se tornarem centros de produção de conhecimento e de criação literária.

Mal pagos (algumas coisas não mudaram muito em milênios), professores e assistentes viviam famintos e mal-humorados, e descontavam na pedagogia do chicote. O herói do nosso relato suplica a seu pai: “convida o professor a comer na nossa casa, senta-o no lugar de honra à mesa, dá-lhe um bom jantar com vinho, e veste-o com uma túnica nova, pois eu não aguento mais apanhar”.

Feliz com a refeição e os presentes, o mestre aprova o estudante: “Jovem, já que atentaste para meus ensinamentos, estou certo de que terás carreira brilhante, serás exemplo para teus colegas e braço direito de teus chefes”. É o primeiro registro de suborno na história. E no contexto escolar!

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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