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CBMM discute potencial do Brasil em ciência e tecnologia

Qual é o potencial do Brasil nas áreas de ciências e tecnologia? Esse foi o tema discutido no webinar realizado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) nesta quarta-feira (5). O epidemiologista Cesar Victora e o químico Fernando Galembeck, vencedores do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia de 2020, participaram da conversa mediada por Catia Luz, Editora Adjunta de Economia e Negócios do jornal O Estado de São Paulo.

Galembeck, vencedor do Prêmio CBMM 2020 na categoria tecnologia e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pontuou que o Brasil precisa de mais interação entre a academia e a indústria. “Está faltando aquele ‘olho no olho’. Acadêmicos e empresas se conhecem pouco. Precisamos conversar e ter coragem de discutir e correr riscos. Dessa maneira conseguimos nos aproximar.”

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Vencedor na categoria ciência do Prêmio CBMM 2020, Cesar Victora, epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas UFPel), contou sobre sua experiência no combate à Covid-19. No comitê de nutrição infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) do qual é membro, o pesquisador tem se dedicado a avaliar um estudo publicado recentemente que indica que o coronavírus pode ser transmitido pelo leite materno.

“Nós nos reunimos em um grupo de urgência e começamos a estudar. Será que é verdade que leite transmite? Se transmitir, a criança fica doente e pode vir a morrer? Se a mãe interrompe a amamentação, será que a criança não morre de outras causas? Tudo isso é uma modelagem estatística bastante complexa”, explicou.

Com 280 trabalhos publicados e 36 patentes, sendo várias delas estendidas para mais de 20 países, Galembeck relembrou que a vontade de aplicar o conhecimento em ciência em novas tecnologias o acompanhou desde cedo. “Quando era adolescente trabalhava num laboratório farmacêutico e percebia as enormes limitações que nós tínhamos devidos a falta de tecnologia. Na faculdade, queria conseguir transformar meu aprendizado em tecnologias que produzissem resultados econômicos, empregos e expansão.”

Um dos projetos ao qual se dedica atualmente é a higroeletricidade, que significa a captação de energia pela umidade presente no ar. “Muita gente se espanta com isso, mas qualquer pessoa sabe que na atmosfera se produz muita eletricidade, como vemos nas tempestades e relâmpagos. Ainda assim, capturar essa eletricidade é um desafio há muito tempo”, pontuou.

Mas o químico não se deixa desanimar. “Hoje, a energia fotovoltaica é uma realidade. Mas ela levou mais ou menos 100 anos para ser desenvolvida. As energias alternativas estão avançando. Acredito que o desenvolvimento da higroeletricidade possa ser bem rápido. Vários grupos na China, na Europa e em Israel trabalham nessa área.”

Para o futuro da ciência e da tecnologia no Brasil, Victora deseja que sejam criadas condições atraentes para que jovens pesquisadores permaneçam no país. “A cada ano três ou quatro dos meus melhores alunos vão para o exterior e não voltam mais. Nossas universidades têm poucos concursos e os salários são baixos. O estudante brasileiro é muito valorizado no exterior, tem uma formação científica muito boa. As nossas autoridades têm que ver mais além do futuro imediativo.”

O diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, foi o ganhador na categoria ciência do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia de 2019. Especialista na área de Sistemas Dinâmicos, Viana conquistou a honraria por suas contribuições à ciência, que elevaram o prestígio do Brasil no cenário mundial.

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