Este é um ambiente de STAGING. Não é o site de produção!
Voltar para notícias

Em coluna na Folha, Viana conta história de Sofia Kovalevski

Foto: Wikimedia

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

A origem do seu gosto pela matemática é a mais inusitada e fortuita que conheço: quando era adolescente, as paredes do seu quarto estiveram por um tempo cobertas com páginas do livro de cálculo de Ostrogradsky que seu pai usara na escola. Nelas, a jovem Sofia (1850–1891) aprendeu os rudimentos de derivação e integração.

Mas a Rússia do século 19 não oferecia às mulheres espaço para uma educação científica, e a família não via com bons olhos as ideias de Sofia e seus amigos sobre emancipação feminina. Então tomou o único caminho disponível: aos 18 anos, contraiu casamento de fachada com o jovem paleontologista Vladimir Kovalevski. No ano seguinte, viajaram para Heidelberg, onde ele estudou geologia e ela teve aulas com cientistas como G. Kirchoff e H. von Helmholtz.

Leia mais: Evento debate avanços na área de combinatória
Exposição retrata diferentes versões da Faixa de Moebius
Curso de ecologia quantitativa está com inscrições abertas

Em 1871, quando Vladimir foi fazer o doutorado em Jena, Sofia mudou-se para Berlim, onde, durante quatro anos, estudou sob a orientação do maior matemático do seu tempo: Karl Weierstrass. Nesse período, escreveu três excelentes trabalhos científicos, que formaram a sua tese de doutorado, a primeira defendida por uma mulher.

O seu resultado mais importante, conhecido como teorema de Cauchy–Kovalevski (o francês A. Cauchy provou um caso particular, Kovalevski obteve o caso geral), é até hoje uma pedra fundamental da teoria das equações diferenciais.

Apesar do doutoramento, e das enfáticas cartas de apoio de Weierstrass, Sofia não conseguiu obter emprego em nenhum lugar da Europa. Em 1874, reuniu-se com Vladimir na Rússia e, não sabemos bem por quê, começaram a viver como um casal de fato. A sua única filha, Fufa, nasceu em 1878.

No entanto, Vladimir também não conseguiu emprego na universidade, devido a suas ideias políticas radicais, e, ingênuo, acabou se envolvendo em negócios arriscados. Em 1883, arruinado e sob risco de ser processado por fraude, cometeu suicídio.

Nesse mesmo ano, com a ajuda do matemático sueco G. Mittag-Leffler, Sofia finalmente conseguiu uma posição de professora universitária, em Estocolmo, onde fez algumas de suas pesquisas mais importantes.

Em 1888, ganhou o Prêmio Bordin, da Academia de Ciências da França, com o artigo “A rotação de um corpo sólido”: os avaliadores ficaram tão impressionados com o trabalho dela que aumentaram o valor do prêmio de 3.000 para 5.000 francos!

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

Leia também: IMPA está com duas vagas abertas para pesquisadores
OBMEP: Medalhista de ouro dá aulas particulares em Laje (BA)

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.
Este site está registrado em wpml.org como um site de desenvolvimento. Você pode mudar para uma chave de site de produção para remove this banner.